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Dia dos Mortos: o capítulo XIV de Entre Cabul e a Dança das Borboletas

Hoje, dia 02 de novembro, é Dia dos Mortos e, por acaso, também é o lançamento aqui do meu site.

Fiquei pensando em como inaugurar esse espaço… quando lembrei que essa data dá o nome do 14º capítulo do meu livro, não pude deixar a oportunidade passar. Como a ideia do blog é falar sobre cultura, viagens, história, gastronomia… tenho o gancho perfeito!

Vamos lá: o Dia dos Mortos dá o enredo do encontro de Maria e João, protagonistas de Entre Cabul e a Dança das Borboletas, na Cidade do México. Era a primeira vez em muitos meses que os dois teriam três dias inteiros apenas para eles.

“A Cidade do México era talvez a única cidade da América Latina onde eu moraria com prazer fora do Brasil. Eu adorava as cores vibrantes, a literatura, a arte e seus museus, a história impregnada de simbolismos que eu extrapolava para o resto da América Latina, a Casa Azul, o bairro de Coyoacán, os chillis picantes, a tequila cristalina e pungente. A Cidade do México era boemia e revolucionária, caótica e desorganizada, talvez como minha alma.”

O trecho acima é uma descrição pessoal de Maria em relação à cidade e toda a cultura que envolve a região. Também dei destaque durante a narrativa desse capítulo para pontos turísticos:

“Os painéis de Diego Rivera no Palácio Nacional sempre me deixaram estupefata: a magnitude da obra, que conta a história do povo mexicano desde os primórdios dos astecas até o século XX, é de tirar o fôlego em precisão, riqueza de detalhes, beleza e simbologia.”

Palácio Nacional

Ainda no Palácio Nacional, durante o passeio de Maria e João, falo sobre Meliche, uma figura emblemática, icônica e controversa da história do país. Numa das versões mais aceitas das lendas astecas, a Malinche foi dada a Hernán Cortéz como escrava e logo se tornou sua intérprete, conselheira e então amante. No imaginário mexicano a Malinche representava um mito nacional, símbolo de traição contra seu povo e sua raça, o amor e o ódio, a mãe da nação mestiça.

A Praça da Constituição, a principal praça da Cidade do México conhecida informalmente como “el Zócalo”; as ruínas de Tenochtitlán e a Catedral são outros pontos culturais explorados nesse capítulo.

Já o San Angel Inn, um antigo mosteiro carmelita que foi transformado em um famoso restaurante, foi o cenário de um dos jantares de João e Maria durante o feriado de Finados. A iguaria típica do Día de los Muertos, pan de muertos, é outra referência da cultura mexicana que retratei na narrativa.

San Angel Inn

“Pousei em Washington com a sensação de ter morrido e vivido mil vezes nesse Día de los Muertos, de ter vivido mil vidas ao lado do Joao.
E o Dia de Finados nunca mais seria o mesmo para mim.”

Se para Maria o Dia de Finados nunca mais foi o mesmo depois desse encontro com João na Cidade do México, o feriado também nunca mais foi o mesmo para mim depois de escrever Entre Cabul e a Dança das Borboletas. Espero que, para vocês, a leitura de Cabul traga memórias mais leves em relação a essa data que costuma ser dolorosa para tanta gente.

Foi um prazer e até o próximo post,
Karina Manasseh